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02 fevereiro 2016

A violência é uma doença contagiosa

por Gary Slutkin



Ao longo da história, nós humanos demoramos muito para entender as epidemias. Não porque não investíamos ou não nos preocupávamos. O problema é que fazíamos o diagnóstico errado. O mesmo acontece hoje com a violência. Se não conseguimos entender suas motivações, não entenderemos suas causas.

Depois de uma década combatendo epidemias na África, percebi que os mapas de densidade populacional que ajudam a explicar a disseminação delas no continente eram muito parecidos com os mapas que mediam casos violentos em Nova York e Detroit. Notei então que a violência é uma doença contagiosa assim como a malária, a cólera e a tuberculose.

Ela se espalha por meio de brigas de rua, estupros, assassinatos e suicídios. Um tipo de violência provoca outro. É como um ciclo. Se quisermos revertê-lo, temos de atacar o germe antes que se espalhe e se torne uma infecção — e contamine outras pessoas.

Em 2000, demos início a um projeto-piloto de contenção da violência em Chicago, no distrito de West Garfield, na época um dos mais violentos dos Estados Unidos. Contratamos interruptores de violência para atuar igual a agentes de saúde diante de casos iniciais de gripe aviária. Eles faziam visitas diárias a líderes de gangues e grupos violentos, além de seus amigos e familiares, e davam conselhos úteis como orientações para empregos.

Em um ano, West Garfield viu o número anual de tiroteios cair 67%. Com a expansão da iniciativa para toda a Chicago, o número de assassinatos caiu de 628, em 2000, para 435 em 2010. O sucesso levou nosso programa a ser expandido para outras 15 cidades americanas e outros sete países, incluindo o Iraque. 


COM UMA SOCIEDADE MOBILIZADA E FORMADORES DE OPINIÃO BEM PREPARADOS, PODEMOS CURAR A VIOLÊNCIA
Há algumas semanas, fomos procurados por representantes das prefeituras de Recife e São Paulo, interessados em colocar em prática nosso programa. Nas comunidades violentas do Brasil, os moradores moram muito próximos uns dos outros, o que ajuda a disseminar a criminalidade, mas também facilita a propagação de medidas pacificadoras.

Com uma sociedade mobilizada e formadores de opinião bem preparados, podemos curar a violência. Assim, com estratégias pautadas em métodos científicos, quem sabe possamos ser vistos como a geração que encontrou a solução para um problema crônico. Do mesmo modo que os médicos do século 19 fizeram com a cólera ao descobrir que a doença não era produto de sujeira e imoralidade, e sim da atuação de um simples bacilo. 


GARY SLUTKIN é um epidemiologista americano. Professor da Universidade de Illinois, nos EUA, fundou a associação Cure Violence, de Chicago.

08 maio 2015

Da Lagarta à Borboleta - Transformações



Nos Upanixades esse animal simboliza
a transmigração e a transmutação,
pela maneira como passa
de uma folha a outra
e de larva para borboleta.

As borboletas apresentam metamorfose completa, o que significa que durante o seu desenvolvimento vão sofrendo mudanças na forma e na estrutura do corpo. O ciclo de vida das borboletas ocorre ao longo de 4 fases: ovo, lagarta, crisálida e adulto.

Não, não vos venho falar das transformações do mundo animal...Mas sim das transformações do nosso ser interior. 

Trocar, mudar, transformar, abandonar a zona de conforto, desapegar do passado, de velhas crenças, adotar novos paradigmas. Essa é a tarefa dos tempos atuais para quem trabalha na Luz. A mudança geralmente assusta, motivo pelo qual nos agarramos ao material e ao que supostamente nos dá segurança. 

Esqueça! Nos tempos que correm não sobrará pedra sobre pedra. A energia mudará tanto, mas tanto, que cada um de nós terá a sensação de ter morrido simbolicamente e renascido de outra forma. Ser Lagarta ou Borboleta? A escolha é sua. Por que será que mudar, de modo geral, costuma apavorar-nos? Mudar de casa, de emprego, de amigos, de cidade, mesmo quando é para melhor, ainda assim, nos assusta

E é sobre a óptica da metamorfose da mudança da lagarta à borboleta que refletimos hoje. Se pensarmos no comportamento humano nos seus diferentes ciclos de relacionamentos, rapidamente chegaremos à conclusão de que existem comportamentos padronizados e enraizados e que se repetem e repetem. Nada que sirva a nosso bem mais elevado.¹
...
Tem gente que não consegue se ver borboleta e luta contra tudo e contra todos para viver eternamente no estado de lagarta.

Tem gente que até imagina o futuro como borboleta, mas, com tanto medo do desconhecido, não consegue abrir mão da vidinha de lagarta.

Tem gente que já é borboleta, mas sente, pensa e age como lagarta, encolhendo as asas e rastejando como se não pudesse voar.

Tem gente que, depois de virar borboleta, esquece de onde veio e se sente superior às lagartas.



Tem gente borboleteando pela primeira vez e se espanta de, às vezes, chorar de emoção ou gargalhar até
não aguentar mais quando se depara com coisas tão simples quanto uma gota de orvalho numa folha pela manhã, duas pessoas se abraçando, brigadeiro de colher, um copo de água gelada num dia quente de verão, suco de laranja colhida na hora, bebê dormindo, bolo de aniversário, desenho de criança, homem aos prantos, olhar desamparado de mendigo, vovô empinando pipa com o netinho, cachorro correndo atrás do próprio rabo, papagaio falando palavrão, formiga carregando folha dez vezes maior do que ela, acordar sem despertador, por do sol no mar, raios e trovoadas sem chuva, arco-íris, nuvem que parece rosto de gente, menino puxando barba de Papai-noel, casal dançando fora do ritmo da música, beijo selinho, beijo no rosto, beijo no pescoço, beijo de língua, beijo na mão, beijo nos dedinhos do pé gordinho do nenê que ri gostoso, como se ele soubesse claramente de sua essência borboleta. Eu acho que ele sabe…

Qualquer que seja o seu momento, você é, ao mesmo tempo, lagarta e borboleta. Você pode ou não ter consciência disso, o que não muda em nada o fato de que nossa natureza é a mudança. Basta observar a si mesmo e o seu entorno. Seus cabelos crescem, suas unhas crescem, sua pele envelhece, os alimentos e a água que você ingere se transformam dentro de você, seu corpo não para de se transformar um único segundo. Tudo a sua volta muda o tempo todo. Lutar contra isso não vai ajudar em nada. Pelo contrário, ir contra a correnteza é sempre uma tarefa dura, dolorosa e inglória – para não dizer burra! A água sempre segue o seu fluxo, contornando com facilidade os obstáculos que encontra pelo caminho ou perfurando-os paciente e insistentemente ao longo do tempo.

Portanto, da próxima vez que você se sentir ameaçado ou ameaçada por alguma mudança em sua vida e ficar com aquela vontade de rastejar rapidinho de volta para o seu casulo, pare, pense, conecte-se com o seu coração e seus sentimentos mais profundos e lembre-se do prazer que é voar na confiança no fluir e olhar o mundo sob outro ponto de vista, na companhia de um sem número de borboletas, sejam elas promessa, presença ou história.²


Fonte:
¹ anônimo
² Fábio Betti 

23 julho 2011

Ecologia Profunda


“Defrontamo-nos com toda uma série de problemas globais que estão danificando a biosfera e a vida humana de uma maneira alarmante, e que pode logo se tornar irreversível. Quanto mais estudamos os principais problemas de nossa época, mais somos levados a perceber que eles não podem ser entendidos isoladamente”.

A Teia da Vida, de Fritjof Capra, trata de questões como a Ecologia Profunda e as mudanças de paradigma.

“A ecologia rasa é antropocêntrica, ou centralizada no ser humano. Ela vê os seres humanos como situados acima ou fora da natureza, como a fonte de todos os valores, e atribui apenas um valor instrumental, ou de “uso”, à natureza.

A ecologia profunda não separa seres humanos - ou qualquer outra coisa do meio ambiente natural. Ela vê o mundo não como uma coleção de objetos isolados, mas como uma rede de fenômenos que estão fundamentalmente interconectados e são interdependentes. A ecologia profunda reconhece o valor intrínseco de seres vivos e concebe os seres humanos apenas como um fio particular na teia da vida.

A essência da ecologia profunda consiste em formular questões mais profundas. É também essa a essência de uma mudança de paradigma. A mudança de paradigmas requer uma expansão não apenas de nossas percepções e maneiras de pensar, mas também de nossos valores”.

Fonte: http://phccriativo.wordpress.com/


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