"Infelicidade
é viver para impressionar os outros.
Nós
nascemos com um potencial infinito de realização. Porém, à medida que vamos
sendo educados, durante a infância e adolescência, perdemos a reta original de
nossa própria existência.
Deixamos
de fazer aquilo que nos realiza e passamos a agir em função dos outros: pais,
professores e, depois, toda a sociedade. Nosso objetivo de vida nos é imposto e
passamos a condicionar nosso sucesso ao aplauso das pessoas que nos cercam.
Para continuar essa aprovação, progressivamente abandonamos nossas vocações e
passamos a realizar os desejos alheios.
A
maioria das pessoas vive para ser admirada por uma multidão de olhos vorazes
que, muito provavelmente, não se cruzarão mais. Quando elas param para perceber
o rumo dado a suas vidas, verificam que apenas colecionaram cupons que não
servem para nada.
Quem
consegue realizar as metas de sua alma é feliz e desperta admiração devido a
sua integridade como pessoa. Ao contrário, quem vive para ser admirado sempre
será infeliz, porque está deixando de lado o compromisso consigo mesmo.
Não
se consegue ser feliz valorizando mais a opinião dos outros do que seus
próprios sentimentos. Alguns se sentem infelizes, mas raciocinam: "Se os
outros estão aplaudindo é porque estou no caminho certo". E avançam nas
suas frustrações.
Você
é mais importante do que qualquer julgamento alheio. Para ser feliz, viva para
surpreender a si próprio, e não aos outros.
Infelicidade
é desperdiçar a vida. Infelicidade
é acumular desperdícios.
A
maioria das pessoas costuma jogar fora as oportunidades. Não conseguem
aproveitar o tempo, não valoriza o amor, não desenvolve a capacidade criativa.
Fala-se muito em desperdícios materiais, como energia elétrica, água, dinheiro.
Mas o pior de todos é o da vida.
É
triste ver pessoas que não sabem utilizar seus talentos, pois qualquer tipo de
aptidão exige dedicação para desabrochar, assim como o amor requer cuidados
constantes para acontecer em toda a sua plenitude.
A
maioria das pessoas, no entanto, passa pelas oportunidades sem lhes dar
atenção. Muitas se arrependem por não ter se dedicado ao grande amor de suas
vidas; outras, por ter jogado fora oportunidades profissionais.
Quando
alguém se dedica a alimentar ilusões, perde
oportunidades.
Quem
se propõe a apenas acumular dinheiro perde a oportunidade de conviver com o
filho, com a pessoa amada e consigo próprio. Quem se preocupa muito com
segurança ignora as oportunidades profissionais e amorosas.
Muitos
reclamam dos impostos municipais, estaduais e federais, que consomem parte dos
seus rendimentos. Principalmente quando o governo não aplica bem o dinheiro
arrecadado, nós encaramos os impostos como um grande desperdício. Mas o pior
imposto que existe na vida é o Imposto Sobre Falta de Visão.
Alguém
com falta de visão, que não percebe o que realmente é importante na vida, perde
amores, empregos, amigos e, o que é pior, a própria vida.
É
comum ouvirmos: "Ah, se eu soubesse... se eu tivesse ... se eu pudesse..."
Precisamos aprender que as oportunidades são poucas e que não podemos
desperdiçá-las; por isso, não podemos perder muito tempo com nossas escolhas.
Muitas
vezes, a questão resume-se em pegar ou largar, e para isso devemos estar
preparados. Quanto mais rápida for nossa capacidade de analisar e decidir, mais
plenamente viveremos.
Nossa
vida depende muito de nossas decisões, de nossa capacidade de avaliar o que
realmente é importante. A velocidade para descobrir a importância das coisas
pelas quais devemos lutar é fundamental.
Há
quem sacrifique a vida para conseguir status e poder. No desejo de conquistar
títulos e riqueza, sufocam-se os sonhos do coração. É uma grande ilusão.
Quando
se pretende impressionar alguém com um carro sofisticado, na verdade o que
impressiona é o carro, o objeto, e não a pessoa. Quando se usa o título de
doutor, diretor ou presidente para se impor a alguém, é o título que se impõe,
não a pessoa.
Infelicidade é colecionar quinquilharias.
Muitos
desperdiçam suas vidas colecionando bobagens. Grandes coleções de cursos
inacabados, amores frustrados, projetos engavetados, centenas de livros não
lidos, relações sem afeto, sapatos não usados, casas de praia abandonadas. Há
até quem sinta mais orgulho em mostrar sua coleção de vinhos do que em
saboreá-los...
No
propósito de querer agradar aos pais, muitos abrem mão do que lhes é realmente
importante. Desistem de realizar a própria vocação. Por isso começam a
colecionar conquistas não para si, mais para os pais. É o caso da criança que
não quer estudar balé, mas se rende ao fato de a mãe ter desejado, na
juventude, ser bailarina. Para agradar a mãe, começa, então, a colecionar
troféus até que, um dia, conclui que nada daquilo contribui para sua
felicidade.
Outros
habituam-se a colecionar virtudes para conquistar a simpatia alheia. Em vez de
ser eles mesmos, passam a ser como Cristo, como Moisés, como Buda, sem perceber
que nenhum recomendou que fôssemos iguais a eles, mas que simplesmente fôssemos
inteiramente nós mesmos. Todos os ensinamentos desses mestres ajudam-nos a
criar a nossa individualidade.
Essas
pessoas não questionam o porquê dessas colocações nem se contribuem para sua
felicidade. Então, mantêm guardado esse lixo, e justificam: "Bem, quem
sabe um dia eu possa usá-lo".
É
igualmente o caso dos que fazem regime e emagrecem, mas mesmo assim guardam as
roupas do tempo em que eram gordos. "Se eu voltar a engordar...",
pensam. Não percebem que aquelas roupas são um incentivo para que voltem a
engordar. É
muito importante esse processo de se
desfazer do desnecessário.
Há
uma pesquisa do Wall Street Journal que mostra que o executivo norte-americano
gasta um tempo enorme procurando objetos que não sabe onde colocou e coisas
essenciais em meio a outras sem importância.
Assim,
é fundamental definir o que é importante e separar o lixo, para termos uma vida
mais fluida.
Essas
quinquilharias ocupam o espaço reservado a novas criações. Por exemplo, quando
sofremos uma desilusão amorosa, essa frustração ocupa espaço de um novo amor.
Por isso, os japoneses dizem: "Para você beber vinho na taça, precisa
antes jogar fora o chá". Limpe sua taça!
Além
disso, as quinquilharias consomem a energia necessária para construir coisas
novas. Ficar remoendo o passado, lamentando o que poderia ter sido feito e não
foi, apenas desvia a atenção do presente, onde realmente as coisas acontecem."
Fonte:
"O sucesso é ser feliz" - Roberto Shinyashiki