Nada acontece por acaso.
Em tudo há um porquê.
Era para a gente se encontrar.
Apague essas frases, largue o curso preparatório de noivos.
Amor não é uma fatalidade, é algo que inventamos, é a responsabilidade de definir, de assinar, de honrar a letra.
Colocamos a culpa no destino para não assumirmos o controle, tampouco sustentarmos nossas experiências e explicarmos nossas falhas.
Amar é oferecer nossas decisões para o outro decidir junto, é alcançar o nosso passado para o outro lembrar junto, mas jamais significa se anular.
É vulnerabilidade consciente. É fraqueza avisada.
É entregar nossa solidão ciente de que é irreversível, podendo nos ferir feio, podendo nos machucar fundo.
Não existe nada mais horrível e mais lindo.
Ninguém nos mandou estar ali, ninguém nos obrigou a nos aproximar daquela pessoa, ninguém nos determinou a começar uma relação.
Não teve um chefão, um mafioso, um tirano, um ditador nos ordenando namorar.
Foi você que optou. Assuma até o fim que é sua obra. Assuma que sua companhia é resultado direto do seu gosto, sendo canalha ou santa. Não adianta se iludir e tirar o pé. Não vale fingir e mentir freios.
Amor não é hipnose, passe, incorporação. É você querendo o melhor ou pior para sua vida. É você roteirizando e dirigindo as cenas.
Aquele que tem receio de se declarar não se deu conta de que é o próprio diretor do filme, e que a tela vai mostrar o sucesso e o fracasso de sua imaginação.
Por isso, não tenho medo de dizer “eu te amo” desde o início. O amor aumenta para quem diz “eu te amo”.
Se vou errar, eu é que errei. Se vou acertar, sou eu que acertei. Se vou me danar, o inferno será meu.
Falo “eu te amo” já no segundo encontro. Já para assustar. Já para avisar quem manda. Já para estabelecer as regras do jogo.
Falo no calor da hora ou no moletom do entardecer. Amor não surge do além, amor se cria da insistência.
A precipitação é uma farsa. Não há como me adiantar e me atrasar em sentimento que eu mesmo realizo. É bobagem negociar prazos, esperar amadurecer limites.
Exponho minha paixão fácil, fácil. Nem precisa perguntar.
Aprendo a amar amando, para entender que a maior declaração ainda não é o “eu te amo”. É quando alguém confessa: “Não consigo mais viver sem você”. Mas isso não é amor, é coragem.
F. Carpinejar
23 março 2017
01 dezembro 2016
Presidente do TRT-2 expõe preocupação com aprovação da PEC 55
Quando você coloca um processo na Justiça do Trabalho ele demora?
A culpa é somente dos tribunais?
Ou deste governo de gente safada? Veja quem paga por isso.
Em
2016, a Justiça do Trabalho sofreu corte orçamentário superior a qualquer outro
ramo do Poder Judiciário, chegando a 30% para despesas de custeio e 90% para
investimentos. A medida só não inviabilizou o funcionamento dos tribunais
trabalhistas por força de uma medida provisória, que concedeu a utilização de
valores referentes a depósitos recursais como crédito extraordinário aos
tribunais trabalhistas.
Com
a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional nº 55, que estabelece que os
gastos públicos não poderão crescer acima da inflação acumulada no ano, a
Justiça do Trabalho terá como orçamento para 2017 o mesmo montante do recebido
em 2016. Para o presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região,
desembargador Wilson Fernandes, o fato é preocupante, já que o orçamento não
seria suficiente para cobrir nem mesmo as despesas básicas de funcionamento da
Justiça em São Paulo.
“A
aprovação da PEC e a manutenção para o próximo ano da mesma verba orçamentária
direcionada à Justiça do Trabalho em 2016 trará sérios problemas. Além de
inviabilizar o aprimoramento e comprometer o funcionamento das atividades,
existem reflexos negativos secundários, como a propensão à falta de interesse
pela carreira no Judiciário, que poderá sofrer com a evasão e aposentadoria de
seus profissionais”.
De
acordo com o presidente, isso se torna ainda mais alarmante por ocorrer
justamente em um período em que as demandas referentes a causas trabalhistas
estão crescendo. Dados estatísticos do TRT-2 apontam aumento de pelo menos 8%
da demanda processual comparado a 2015, e de até 40% quando comparado a
2010.
No
mesmo cenário em que enfrenta cortes em seu orçamento, a Justiça do Trabalho
apresenta aumento em valores repassados a trabalhadores, e também em
arrecadações para a União. Em 2015, no TRT da 2ª Região, dentre receitas de
imposto de renda, execução previdenciária, depósitos recursais, custas e
emolumentos, foram mais de R$ 12 bilhões arrecadados, ante os R$ 2 bilhões
registrados como despesas.
“O
superávit é fruto da competente atuação da Justiça do Trabalho. Seu foco não
deve ser, obviamente, o de custos, uma vez que constitui serviço essencial, que
garante direitos, e que, por isso, não tem preço. Enfraquecer os tribunais do
trabalho neste momento de dificuldades do país só trará ainda mais prejuízos à
população e às importantes relações entre capital e trabalho”, completou o
desembargador.
Fonte:
10 agosto 2016
Howard Gardner
Howard
Gardner (Scranton, Pennsylvania, 11 de julho de 1943) é um psicólogo cognitivo
e educacional estadunidense, ligado à Universidade de Harvard e conhecido em
especial pela sua Teoria das Inteligências
Múltiplas. Em 1981 recebeu prêmio da MacArthur Foundation. Ele é professor
de Cognição e Educação na Universidade de Harvard e professor adjunto de
neurologia na Universidade de Boston.
Biografia
Em
1938 seus pais fugiram da perseguição aos judeus na Alemanha nazista, com seu
irmão mais velho Eric, falecido após o nascimento de Howard. Aos 13 anos de
idade ele tornou-se um excelente pianista.
Howard
Gardner entra na Universidade de Harvard em 1961 com a intenção de se formar em
história. Mas sob a influência de Iria Erikson ele se interessa em relações
sociais, uma combinação de psicologia, sociologia e antropologia, com
particular interesse em psicologia clínica. Ele novamente troca seu campo de
interesse após conhecer o psicólogo cognitivo Jerome Bruner e os escritos de
Jean Piaget.
Depois
de terminar seu doutorado em Harvard em 1971, com uma dissertação em
sensibilidade de estilo em crianças, continuou a trabalhar nesta universidade,
estabelecendo com Nelson Goodman um grupo de pesquisa em educação pela arte
conhecido como Project Zero.
Fundado
em 1967, este projeto se concentra no estudo sistemático do pensamento
artístico e da criatividade em arte assim como em disciplinas da área humana e
científica em nível individual e institucional.
Teoria da Inteligência Múltipla: O
primeiro teste de sucesso escolar foi realizado e desenvolvido pelo psicólogo
Alfred Binet em 1900. Este teste tinha por finalidade diagnosticar crianças
retardadas e crianças normais. Após a primeira Guerra Mundial este teste foi
aplicado nos soldados com a finalidade de diagnosticar a inteligência dos
soldados. Com a propagação deste teste pensou-se que era possível medir
quantitativamente a inteligência, mas de acordo com Gardner, autor da teoria
das Inteligências Múltiplas: "a inteligência é (...) a capacidade de
responder a itens em testes de inteligência". Os testes psicométricos
consideram que existe uma inteligência geral, nos quais os seres humanos
diferem uns dos outros, que é denominada G.
Este G pode ser medido através da
análise estatística dos resultados dos testes. É importante acrescentar que tal
maneira de encarar a inteligência ainda hoje está presente no senso comum e
mesmo em muitas parcelas do meio científico.
O
seu livro mais famoso é provavelmente Estruturas
da Mente, de 1983, onde ele descreve sete dimensões da inteligência
(inteligência visual/espacial, inteligência musical, inteligência verbal,
inteligência lógica/matemática, inteligência interpessoal, inteligência
intrapessoal e inteligência corporal/cinestética). Desde a publicação de Estruturas
da Mente, Gardner propôs duas novas dimensões de inteligência: a inteligência
naturalista e a inteligência
existencialista. Os testes tradicionais de inteligência só levam em consideração as inteligências verbais e a
lógica/matemática. Essa nova teoria
tornou-se conhecida como teoria das inteligências múltiplas.
* Inteligência Verbal - Linguistic
Intelligence
* Inteligência Musical - Musical
Intelligence
* Inteligência Lógico/matemática -
Logical-Mathematical Intelligence
* Inteligência Visual/espacial - Spatial
Intelligence
* Inteligência Corporal/cinestética -
Bodily-Kinesthetic Intelligence
* Inteligência Interpessoal - Interpersonal
Intelligence
* Inteligência Intrapessoal - Intrapersonal
Intelligence
* Inteligência Naturalista - Naturalist
Intelligence
* Inteligência Existencialista ou
Filosófica - Existential Intelligence
Recentemente, escreveu um livro intitulado Changing Minds: The Art and Science of Changing Our Own and Other People's Minds
(ISBN 1578517095).
Howard
Gardner crê que todos temos tendências individuais (áreas de que gostamos e em que somos competentes) e que
estas tendências podem ser englobadas
numa das inteligências listadas acima.
Livros
em português:
* ARTE, MENTE E CEREBRO (1999) ARTMED
* ARTES E O DESENVOLVIMENTO HUMANO, AS
(1997). ARTMED
* ATIVIDADES INICIAIS DE APRENDIZAGEM
(2001) GARDNER, HOWARD /
CHEN,
JIE-QI / KRECHEVSKY, MARA ARTMED
* AVALIAÇAO EM EDUCAÇAO INFANTIL (2001)
GARDNER, HOWARD /
KRECHEVSKY,
MARA ARTMED
* CINCO MENTES PARA O FUTURO (2007) ARTMED
* CRIANÇA PRE ESCOLAR, A (1994)
* ESTRUTURAS DA MENTE (1994) ARTMED
* INTELIGENCIA - MULTIPLAS PERSPECTIVAS
(1998) ARTMED
* INTELIGENCIA, A - UM CONCEITO REFORMULADO
(1999) OBJETIVA
*
INTELIGENCIAS - MULTIPLAS PERSPECTIVAS (1995) ARTMED
* INTELIGENCIAS MULTIPLAS - A TEORIA NA
PRATICA (1995) GARDNER,
HOWARD
/ VERONESE, MARIA ADRIANA VERISSIMO. ARTMED
* MENTES EXTRAORDINARIAS (1999) ROCCO
* MENTES QUE CRIAM (1996) ARTMED
* MENTES QUE LIDERAM (1995) ARTMED
* MENTES QUE MUDAM - A ARTE E A CIENCIA DE
MUDAR (2005)
ARTMED
* NOVA CIÊNCIA DA MENTE (2002) RELOGIO
D'AGUA/EDUSP
* RESPONSABILIDADE NO TRABALHO (2008)
ARTMED
* TRABALHO QUALIFICADO (2004) DAMON, WILLIAM
/
CSIKSZENTMIHALYI,
MIHALY / GARDNER, HOWARD BOOKMAN
COMPANHIA
ED
* VERDADEIRO, O BELO E O BOM, O (1999)
Livros
em inglês:
* The Quest
for Mind: Jean Piaget, Claude Levi-Strauss and the Structuralist Movement - New York: Knopf, 1973
*
The Shattered Mind - New York: Knopf, 1975
* Artful
Scribbles: The Significance of Children's Drawings - New York: Basic Books, 1980
*
Art, Mind and of Multiple Intelligence (1983) ISBN 0-465-02510-2 (1993 ed.)
* The Mind's
New Science: A History of the Cognitive Revolution - New York: Basic Books,
1985
* To Open
Minds: Chinese Clues to the Dilemma of Contemporary Education - New York: Basic
Books, 1989
* The
Unschooled Mind: How Children Think and How Schools Should Teach (1991) ISBN
0-465-08896-1 (1993 ed.)
* Creating
Minds: An Anatomy of Creativity Seen Through the Lives of Freud, Einstein,
Picasso, Stravinsky, Eliot, Graham, and Gandhi (1994) ISBN 0-465-01454-2
* Multiple
Intelligences: The Theory in Practice (1993) ISBN 0-465-01822-X (1993 ed.)
*
Leading Minds: An Anatomy of Leadership - New York: Basic Books, 1995.
* Intelligence: Multiple Perspectives -
Orlando: Harcourt, 1996.
*
Extraordinary Minds: Portraits of Exceptional Individuals and an Examination of
our Extraordinariness - New York: Basic Books, 1997
*
Intelligence Reframed: Multiple Intelligences for the 21st Century - New York:
Basic Books, 1999
* The
Disciplined Mind: What All Students Should Understand - New York: Simon and
Schuster, 1999
*
Multiple Intelligences After Twenty Years, 2003. Paper presented at the American Educational Research
Association, Chicago, Illinois, April 21, 2003. [1]
* Five Minds
for the Future - Harvard Business School Press, 2007, ISBN 978-1591399124
*
Responsibility at Work - Jossey-Bass, 2007.
* "Good
Work: Aligning Skills and Values" - More Than Sound Productions[2] 2008
Livro
escrito sobre Gardner:
* Bennett, M. (2000). Self-estimates and population estimates of ability in
men and women. Australian
Journal of Psychology, 52, 23–28.
Referências:
* páginas do
Project Zero, de Howard Gardner, no site da Universidade de
Harvard
* página
pessoal de Howard Gardner
* Howard
Gardner - Escola para a Descoberta - Scranton, PA; com fotos
* The Howard
Gardner School em Alexandria, VA
* Social
psychology em Greater Good magazine
* Artigo sobre
as múltiplas inteligências
* Teste suas
Inteligências - Colégio Gardner
* http://www.oestrangeiro.net/psicologia/27-teoria-das-inteligencias-multiplas-de-g
ardner
Fonte: Wikipédia: Howard Gardner
02 fevereiro 2016
Felicidade segundo a Ciência
Ser
feliz não é comer sempre o mesmo prato no restaurante que você mais gosta ou gozar
de uma vida plena e tranquila; a ciência mostra que a chave para a satisfação
pessoal é fazer coisas arriscadas, desconfortáveis e até mesmo desgastantes
por
Todd B. Kashdan e Robert Biswas-Diener | Ilustração: Nik Neves
Para
nós, psicólogos que estamos sempre viajando de avião, a maneira como
descrevemos nossa profissão para o vizinho de assento é determinante para saber
se passaremos cinco horas ouvindo intrigas, detalhes de um casamento decadente,
ou sobre o quanto é impossível resistir a uma bomba de chocolate. Mesmo usando
fones de ouvido enormes, é impossível ignorar aquele passageiro decidido a
contar sua história de abandono na infância. Para os que arriscam dizer a
verdade e admitir que estudamos a felicidade, a resposta é quase sempre a
mesma: o que eu posso fazer para ser feliz?
O segredo da felicidade é uma preocupação cada vez mais importante na era moderna, já que o aumento da estabilidade financeira proporciona a muitos a oportunidade de se concentrar no crescimento pessoal. Uma vez que já não somos mais caçadores preocupados em encontrar a próxima presa, procuramos viver nossas vidas da melhor maneira possível.
A busca da felicidade é uma epidemia mundial — em um estudo com mais de 10 mil participantes de 48 países, os psicólogos Ed Diener, da Universidade de Illinois, e Shigehiro Oishi, da Universidade de Virginia, descobriram que pessoas de todos os cantos do mundo consideram a felicidade mais importante do que outras realizações pessoais altamente desejáveis, tais como ter um objetivo na vida, ser rico ou ir para o céu. A febre da felicidade é estimulada em parte pelo crescente número de pesquisas que sugerem que, além de ser boa, a felicidade também faz bem — ela está ligada a muitos benefícios, desde maiores salários e um melhor sistema imunológico até estímulo à criatividade.
A maioria das pessoas entende que a felicidade verdadeira é mais do que um emaranhado de sentimentos intensos e positivos — ela é melhor descrita como uma sensação plena de “paz” e “contentamento”. Não importa como seja definida, a felicidade é parcialmente emocional — e por isso está ligada à máxima de que cada indivíduo tem um ponto de regulação, como um termostato, definido pela bagagem genética e a personalidade de cada um.
A felicidade verdadeira dura mais do que uma dose de dopamina, por isso é muito importante pensar nela como algo que vai além da emoção. A sensação de felicidade de cada um também inclui reflexões cognitivas, tais como quando você ri — ou não! — da piada do seu melhor amigo, ou quando analisa o formato do seu nariz ou a qualidade do seu casamento. Somente parte desta sensação tem a ver com o que você sente; o resto é produto de um cálculo mental, em que você computa suas expectativas, seus ideais, a aceitação daquilo que não pode mudar e inúmeros outros fatores. Assim, a felicidade é um estado mental e, como tal, pode ser intencional e estratégico.
Não importa qual seja o seu ponto de regulação emocional, seus hábitos diários e suas escolhas — da maneira como você lida com uma amizade até como reflete sobre decisões em sua vida — podem influenciar o seu bem-estar. Os hábitos de pessoas felizes foram documentados em estudos recentes e fornecem uma espécie de manual a ser seguido. Aparentemente (e paradoxalmente, é preciso dizer), atividades que causam incerteza, desconforto, e mesmo uma pitada de culpa estão associadas às experiências mais memoráveis e divertidas das vidas das pessoas. As pessoas mais felizes, ao que parece, têm vários hábitos não-intuitivos que poderiam ser considerados como infelizes. Ou seja, nem tudo aquilo que os livros de auto-ajuda defendem que pode te fazer feliz tem parcela significativa na sua felicidade. A felicidade pode vir de onde menos se esperava. Duvida? Que bom, isso significa que você tem grandes chances de ser feliz. Confira a seguir como.
O segredo da felicidade é uma preocupação cada vez mais importante na era moderna, já que o aumento da estabilidade financeira proporciona a muitos a oportunidade de se concentrar no crescimento pessoal. Uma vez que já não somos mais caçadores preocupados em encontrar a próxima presa, procuramos viver nossas vidas da melhor maneira possível.
A busca da felicidade é uma epidemia mundial — em um estudo com mais de 10 mil participantes de 48 países, os psicólogos Ed Diener, da Universidade de Illinois, e Shigehiro Oishi, da Universidade de Virginia, descobriram que pessoas de todos os cantos do mundo consideram a felicidade mais importante do que outras realizações pessoais altamente desejáveis, tais como ter um objetivo na vida, ser rico ou ir para o céu. A febre da felicidade é estimulada em parte pelo crescente número de pesquisas que sugerem que, além de ser boa, a felicidade também faz bem — ela está ligada a muitos benefícios, desde maiores salários e um melhor sistema imunológico até estímulo à criatividade.
A maioria das pessoas entende que a felicidade verdadeira é mais do que um emaranhado de sentimentos intensos e positivos — ela é melhor descrita como uma sensação plena de “paz” e “contentamento”. Não importa como seja definida, a felicidade é parcialmente emocional — e por isso está ligada à máxima de que cada indivíduo tem um ponto de regulação, como um termostato, definido pela bagagem genética e a personalidade de cada um.
A felicidade verdadeira dura mais do que uma dose de dopamina, por isso é muito importante pensar nela como algo que vai além da emoção. A sensação de felicidade de cada um também inclui reflexões cognitivas, tais como quando você ri — ou não! — da piada do seu melhor amigo, ou quando analisa o formato do seu nariz ou a qualidade do seu casamento. Somente parte desta sensação tem a ver com o que você sente; o resto é produto de um cálculo mental, em que você computa suas expectativas, seus ideais, a aceitação daquilo que não pode mudar e inúmeros outros fatores. Assim, a felicidade é um estado mental e, como tal, pode ser intencional e estratégico.
Não importa qual seja o seu ponto de regulação emocional, seus hábitos diários e suas escolhas — da maneira como você lida com uma amizade até como reflete sobre decisões em sua vida — podem influenciar o seu bem-estar. Os hábitos de pessoas felizes foram documentados em estudos recentes e fornecem uma espécie de manual a ser seguido. Aparentemente (e paradoxalmente, é preciso dizer), atividades que causam incerteza, desconforto, e mesmo uma pitada de culpa estão associadas às experiências mais memoráveis e divertidas das vidas das pessoas. As pessoas mais felizes, ao que parece, têm vários hábitos não-intuitivos que poderiam ser considerados como infelizes. Ou seja, nem tudo aquilo que os livros de auto-ajuda defendem que pode te fazer feliz tem parcela significativa na sua felicidade. A felicidade pode vir de onde menos se esperava. Duvida? Que bom, isso significa que você tem grandes chances de ser feliz. Confira a seguir como.
01 -
O IMPORTANTE É CORRER RISCOS
Situações
complicadas, incertas e até mesmo desgastantes são fundamentais para aumentar
nossa sensação de satisfação
É sexta-feira
à noite e você tem planos de jantar com os amigos. Se você quiser ter certeza
de que vai chegar em casa satisfeito, você pede uma pizza ou um hambúrguer. Se,
em vez disso, você escolher um tipo de comida que nunca experimentou (culinária
etíope — claro, por que não?) você corre o risco de não gostar muito daquela
injera com wat (tipo de massa fina de pão coberta com carne condimentada) —,
mas pode ser que se surpreenda com um sabor delicioso.
Pessoas verdadeiramente felizes aparentam saber intuitivamente que a felicidade duradoura não se trata apenas de fazer aquilo de que gostamos. Ela também exige crescimento pessoal e se aventurar além dos limites da sua zona de conforto. Em um estudo de 2007, os psicólogos do estado do Colorado Todd Kashdan e Michael Steger monitoraram as atividades diárias de estudantes e como eles se sentiam durante 21 dias; aqueles que sentiam curiosidade em determinado dia também se diziam mais satisfeitos com a vida — e se envolviam em um número maior de atividades que levavam à felicidade, tais como expressar sua gratidão aos colegas ou praticar atividades voluntárias.
A curiosidade — aquele estado pulsante e ávido do não-saber — é fundamentalmente um estado de ansiedade. Quando, por exemplo, o psicólogo Paul Silvia mostrou aos participantes de uma pesquisa uma série de pinturas, as imagens tranquilas de Claude Monet e Claude Lorrain evocaram sentimentos felizes, enquanto as obras misteriosas e inquietantes de Egon Schiele e Francisco Goya causaram curiosidade.
Ao que parece, a curiosidade consiste basicamente em explorar. Pessoas curiosas em geral entendem que, apesar de não ser fácil se sentir desconfortável e vulnerável, este é o caminho para se tornar mais forte e sábio. Na verdade, um olhar aprofundado no estudo de Kashdan e Steger sugere que pessoas curiosas investem em atividades que lhe causam desconforto, pois estas atuam como um trampolim para estados psicológicos mais elevados.
É claro que existem diversas circunstâncias na vida em que a melhor maneira de aumentar seu grau de satisfação é simplesmente fazer o que te faz bem, como tocar sua música favorita numa jukebox ou fazer planos para visitar seu melhor amigo. Mas, de vez em quando, vale a pena buscar uma nova experiência, mais complicada, incerta e até mesmo desgastante — seja finalmente fazer aquela aula de caratê pela primeira vez ou ceder a sua casa para a exibição do filme de arte de um colega. As pessoas mais felizes optam pelas duas vias e assim se beneficiam de ambas.
Pessoas verdadeiramente felizes aparentam saber intuitivamente que a felicidade duradoura não se trata apenas de fazer aquilo de que gostamos. Ela também exige crescimento pessoal e se aventurar além dos limites da sua zona de conforto. Em um estudo de 2007, os psicólogos do estado do Colorado Todd Kashdan e Michael Steger monitoraram as atividades diárias de estudantes e como eles se sentiam durante 21 dias; aqueles que sentiam curiosidade em determinado dia também se diziam mais satisfeitos com a vida — e se envolviam em um número maior de atividades que levavam à felicidade, tais como expressar sua gratidão aos colegas ou praticar atividades voluntárias.
A curiosidade — aquele estado pulsante e ávido do não-saber — é fundamentalmente um estado de ansiedade. Quando, por exemplo, o psicólogo Paul Silvia mostrou aos participantes de uma pesquisa uma série de pinturas, as imagens tranquilas de Claude Monet e Claude Lorrain evocaram sentimentos felizes, enquanto as obras misteriosas e inquietantes de Egon Schiele e Francisco Goya causaram curiosidade.
Ao que parece, a curiosidade consiste basicamente em explorar. Pessoas curiosas em geral entendem que, apesar de não ser fácil se sentir desconfortável e vulnerável, este é o caminho para se tornar mais forte e sábio. Na verdade, um olhar aprofundado no estudo de Kashdan e Steger sugere que pessoas curiosas investem em atividades que lhe causam desconforto, pois estas atuam como um trampolim para estados psicológicos mais elevados.
É claro que existem diversas circunstâncias na vida em que a melhor maneira de aumentar seu grau de satisfação é simplesmente fazer o que te faz bem, como tocar sua música favorita numa jukebox ou fazer planos para visitar seu melhor amigo. Mas, de vez em quando, vale a pena buscar uma nova experiência, mais complicada, incerta e até mesmo desgastante — seja finalmente fazer aquela aula de caratê pela primeira vez ou ceder a sua casa para a exibição do filme de arte de um colega. As pessoas mais felizes optam pelas duas vias e assim se beneficiam de ambas.
02 -
DETALHES TÃO PEQUENOS
Pessoas
mais felizes não são minuciosas e têm uma proteção emocional natural contra o
desgaste dos pequenos detalhes
Uma
crítica comum às pessoas felizes é que elas não são realistas — levam a vida
alegremente sem levar em conta os perigos e problemas do mundo. Pessoas
satisfeitas tendem a ser menos analíticas e atentas a detalhes. Um estudo
conduzido pelo psicólogo Joseph Forgas, da Universidade de New South Wales,
constatou que pessoas com uma predisposição a serem felizes — ou seja, aquelas
que tendem a ser positivas — são menos céticas do que as outras. Elas são menos
críticas e mais receptivas com estranhos, o que as torna mais suscetíveis a
mentiras e golpes.
Claro, ficar de olho nos detalhes pode ajudar quando se trata de navegar o complexo universo social de colegas e namorados — e é algo que as pessoas menos alegres tendem a fazer. Na verdade, o psicólogo da Universidade Virginia Commonwealth, Paul Andrews, argumenta que a depressão é, na verdade, uma questão de adaptação. Pessoas depressivas, segundo a lógica, tendem a refletir e processar mais suas experiências do que as outras — e, por consequência, ter mais insights sobre si mesmo ou sobre a condição humana —, embora paguem um preço emocional por isso. Um pouco de atenção aos detalhes ajuda a avaliar o universo social de maneira mais realista.
No entanto, muita atenção aos detalhes pode interferir no nosso funcionamento cotidiano, como dizem as pesquisas realizadas pela psicóloga Kat Harkness, da Queen’s University. Em seu estudo, ela mostra que as pessoas deprimidas tendem a notar mudanças nas expressões faciais dos outros a cada minuto. Já as pessoas felizes tendem a ignorar tais mudanças repentinas — um ar de aborrecimento, um sorriso sarcástico. Você provavelmente conhece tal fenômeno das interações com seu parceiro. Quando estamos de mau humor, notamos pequenas mudanças de expressão que geralmente surgem de uma briga (“Eu vi você virar os olhos pra mim! Por que você fez isso?!”), mas quando estamos de bom humor, passamos por cima desses detalhes (“Você me provoca, mas eu sei que no fundo você ama estar perto de mim”). As pessoas mais felizes têm uma proteção emocional natural contra a energia desgastante dos pequenos detalhes.
Do mesmo modo, as pessoas mais felizes não dão tanta importância para o seu desempenho. Ao rever a literatura de pesquisa de Oishi e seus colegas, nota-se que as pessoas mais felizes — cujas notas foram 9 ou 10 no quesito satisfação com a vida — tendem a ter desempenhos piores do que pessoas medianamente felizes quando se trata de notas, frequência em aulas e salários. Em resumo, elas se preocupam menos com o seu desempenho; acreditam que vale a pena sacrificar um certo grau de realização para não ter que se preocuparem com coisas pequenas.
Claro, ficar de olho nos detalhes pode ajudar quando se trata de navegar o complexo universo social de colegas e namorados — e é algo que as pessoas menos alegres tendem a fazer. Na verdade, o psicólogo da Universidade Virginia Commonwealth, Paul Andrews, argumenta que a depressão é, na verdade, uma questão de adaptação. Pessoas depressivas, segundo a lógica, tendem a refletir e processar mais suas experiências do que as outras — e, por consequência, ter mais insights sobre si mesmo ou sobre a condição humana —, embora paguem um preço emocional por isso. Um pouco de atenção aos detalhes ajuda a avaliar o universo social de maneira mais realista.
No entanto, muita atenção aos detalhes pode interferir no nosso funcionamento cotidiano, como dizem as pesquisas realizadas pela psicóloga Kat Harkness, da Queen’s University. Em seu estudo, ela mostra que as pessoas deprimidas tendem a notar mudanças nas expressões faciais dos outros a cada minuto. Já as pessoas felizes tendem a ignorar tais mudanças repentinas — um ar de aborrecimento, um sorriso sarcástico. Você provavelmente conhece tal fenômeno das interações com seu parceiro. Quando estamos de mau humor, notamos pequenas mudanças de expressão que geralmente surgem de uma briga (“Eu vi você virar os olhos pra mim! Por que você fez isso?!”), mas quando estamos de bom humor, passamos por cima desses detalhes (“Você me provoca, mas eu sei que no fundo você ama estar perto de mim”). As pessoas mais felizes têm uma proteção emocional natural contra a energia desgastante dos pequenos detalhes.
Do mesmo modo, as pessoas mais felizes não dão tanta importância para o seu desempenho. Ao rever a literatura de pesquisa de Oishi e seus colegas, nota-se que as pessoas mais felizes — cujas notas foram 9 ou 10 no quesito satisfação com a vida — tendem a ter desempenhos piores do que pessoas medianamente felizes quando se trata de notas, frequência em aulas e salários. Em resumo, elas se preocupam menos com o seu desempenho; acreditam que vale a pena sacrificar um certo grau de realização para não ter que se preocuparem com coisas pequenas.
03 - EU TORÇO POR VOCÊ
Comemorar
de verdade o sucesso dos seus amigos pode te fazer mais feliz do que conquistar
os seus próprios
Você já ouviu isso um milhão de vezes: um bom amigo é aquele com quem você pode contar quando precisa. Segundo uma pesquisa recente da Gallup World Poll, o melhor indicador de felicidade no trabalho era se a pessoa tinha ou não um melhor amigo com quem podia contar. Assim, faz sentido pensarmos que um bom amigo é aquele que nos leva pra tomar uma cerveja quando recebemos uma promoção no trabalho — ou que somos um quando buscamos aquele amigo no bar que acabou de ser demitido e está muito bêbado para voltar pra casa dirigindo.
De fato, tal apoio alivia as pancadas difíceis da vida e ajuda a vítima a superá-las. Ainda assim, novas pesquisas revelam uma ideia menos intuitiva sobre amizades: as pessoas mais felizes são aquelas que estão presentes nos sucessos dos amigos e cujas realizações são comemoradas por eles.
Tal ideia é reforçada pela psicóloga Shelly Gable, da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara. Uma pesquisa realizada por ela e alguns colegas revelou que quando parceiros românticos falham em dar importância ao sucesso do outro, o casal tem mais chances de se separar. Em contrapartida, quando os parceiros comemoram as realizações uns dos outros, eles tendem a ficar mais satisfeitos e compromissados com o relacionamento, desfrutando de mais amor e felicidade.
No entanto, fora do nosso relacionamento principal, por que capitalizar o sucesso dos outros nos faria mais feliz? Por que devemos apoiar aquele amigo sortudo, ouvindo todos os detalhes de mais uma de suas conquistas sexuais quando nós mesmos passamos muitas noites de sexta-feira lendo gibi? Primeiramente, ele precisa de você, de verdade. O processo de conversar sobre uma experiência positiva com alguém que escuta atentamente muda, de fato, a memória daquele evento — dessa forma, depois de falar sobre a sua experiência, seu amigo vai se lembrar daquela noite com a modelo de maneira ainda mais positiva do que ela foi realmente, e vai ser mais fácil para ele relembrar deste encontro alguns anos depois, quando ela der o fora nele. Mas igualdade é importante, e você também pode pegar uma carona na positividade do seu amigo. Assim como nós nos sentimos mais felizes quando compramos presentes ou doamos dinheiro para caridade em vez de gastarmos com nós mesmos, nos sentimos mais felizes ao ouvir os relatos de sucesso de nossos amigos.
Na vida, existem muitas pessoas esperando uma oportunidade para mostrar seu heroísmo. Difícil mesmo é encontrar pessoas que realmente conseguem compartilhar a alegria e realização dos outros sem sentir inveja. Assim, mandar flores para uma amiga que está se recuperando de uma cirurgia pode ser generoso da sua parte, porém oferecer o mesmo buquê quando ela se formar em Medicina ou ficar noiva gera mais satisfação para ela — e principalmente para você.
Você já ouviu isso um milhão de vezes: um bom amigo é aquele com quem você pode contar quando precisa. Segundo uma pesquisa recente da Gallup World Poll, o melhor indicador de felicidade no trabalho era se a pessoa tinha ou não um melhor amigo com quem podia contar. Assim, faz sentido pensarmos que um bom amigo é aquele que nos leva pra tomar uma cerveja quando recebemos uma promoção no trabalho — ou que somos um quando buscamos aquele amigo no bar que acabou de ser demitido e está muito bêbado para voltar pra casa dirigindo.
De fato, tal apoio alivia as pancadas difíceis da vida e ajuda a vítima a superá-las. Ainda assim, novas pesquisas revelam uma ideia menos intuitiva sobre amizades: as pessoas mais felizes são aquelas que estão presentes nos sucessos dos amigos e cujas realizações são comemoradas por eles.
Tal ideia é reforçada pela psicóloga Shelly Gable, da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara. Uma pesquisa realizada por ela e alguns colegas revelou que quando parceiros românticos falham em dar importância ao sucesso do outro, o casal tem mais chances de se separar. Em contrapartida, quando os parceiros comemoram as realizações uns dos outros, eles tendem a ficar mais satisfeitos e compromissados com o relacionamento, desfrutando de mais amor e felicidade.
No entanto, fora do nosso relacionamento principal, por que capitalizar o sucesso dos outros nos faria mais feliz? Por que devemos apoiar aquele amigo sortudo, ouvindo todos os detalhes de mais uma de suas conquistas sexuais quando nós mesmos passamos muitas noites de sexta-feira lendo gibi? Primeiramente, ele precisa de você, de verdade. O processo de conversar sobre uma experiência positiva com alguém que escuta atentamente muda, de fato, a memória daquele evento — dessa forma, depois de falar sobre a sua experiência, seu amigo vai se lembrar daquela noite com a modelo de maneira ainda mais positiva do que ela foi realmente, e vai ser mais fácil para ele relembrar deste encontro alguns anos depois, quando ela der o fora nele. Mas igualdade é importante, e você também pode pegar uma carona na positividade do seu amigo. Assim como nós nos sentimos mais felizes quando compramos presentes ou doamos dinheiro para caridade em vez de gastarmos com nós mesmos, nos sentimos mais felizes ao ouvir os relatos de sucesso de nossos amigos.
Na vida, existem muitas pessoas esperando uma oportunidade para mostrar seu heroísmo. Difícil mesmo é encontrar pessoas que realmente conseguem compartilhar a alegria e realização dos outros sem sentir inveja. Assim, mandar flores para uma amiga que está se recuperando de uma cirurgia pode ser generoso da sua parte, porém oferecer o mesmo buquê quando ela se formar em Medicina ou ficar noiva gera mais satisfação para ela — e principalmente para você.
04 -
SENTIMENTOS NEGATIVOS À MOSTRA
Admitir
sentir raiva ou inveja pode nos tornar mais flexíveis, e a habilidade de mudar
nosso estado mental é fundamental para o bem-estar
As
pessoas mais saudáveis psicologicamente têm um entendimento nato de que as
emoções servem como um feedback — um sistema de radar interno que fornece
informações sobre o que está acontecendo (e o que vai acontecer) no nosso
universo social. Pessoas felizes e radiantes não escondem seus sentimentos
negativos. Elas reconhecem que a vida é cheia de decepções e batem de frente
com elas, sempre usando de sua raiva para se defender e de sua culpa como
motivador para mudar seu próprio comportamento. Esta hábil alternância entre
prazer e dor — habilidade de mudar seu comportamento para atender à demanda da
situação — é conhecida como flexibilidade psicológica.
A habilidade de mudar o estado mental de acordo com a circunstância é um aspecto fundamental para o bem-estar. George Bonanno, psicólogo da Columbia University, descobriu que, após o 11 de Setembro, as pessoas mais flexíveis que moravam em Nova York quando os ataques aconteceram — aquelas que ocasionalmente sentiam raiva, mas também escondiam sua emoção quando necessário — se recuperaram mais rápido e desfrutaram de melhor saúde mental do que as que não souberam se adaptar.
Oportunidades para reagir de maneira flexível estão em toda parte: uma recém-casada que acaba de descobrir que é infértil talvez esconda sua desesperança de sua mãe, mas se abra com a amiga; pessoas que passaram por algum trauma talvez expressem sua raiva para outras que compartilham do mesmo sentimento, mas a esconda de amigos. O que nos permite obter melhores resultados em diferentes situações é a capacidade de tolerar o desconforto causado pela mudança de estado de espírito de acordo com nossa companhia e suas atitudes.
Aprender a lidar com o desconforto emocional é algo que se faz aos poucos. Da próxima vez em que você tiver um desentendimento com alguém, em vez de beber uma dose de uísque, tente simplesmente tolerar aquele sentimento por alguns minutos. Com o passar do tempo, sua capacidade de tolerar emoções negativas vai aumentar.
A habilidade de mudar o estado mental de acordo com a circunstância é um aspecto fundamental para o bem-estar. George Bonanno, psicólogo da Columbia University, descobriu que, após o 11 de Setembro, as pessoas mais flexíveis que moravam em Nova York quando os ataques aconteceram — aquelas que ocasionalmente sentiam raiva, mas também escondiam sua emoção quando necessário — se recuperaram mais rápido e desfrutaram de melhor saúde mental do que as que não souberam se adaptar.
Oportunidades para reagir de maneira flexível estão em toda parte: uma recém-casada que acaba de descobrir que é infértil talvez esconda sua desesperança de sua mãe, mas se abra com a amiga; pessoas que passaram por algum trauma talvez expressem sua raiva para outras que compartilham do mesmo sentimento, mas a esconda de amigos. O que nos permite obter melhores resultados em diferentes situações é a capacidade de tolerar o desconforto causado pela mudança de estado de espírito de acordo com nossa companhia e suas atitudes.
Aprender a lidar com o desconforto emocional é algo que se faz aos poucos. Da próxima vez em que você tiver um desentendimento com alguém, em vez de beber uma dose de uísque, tente simplesmente tolerar aquele sentimento por alguns minutos. Com o passar do tempo, sua capacidade de tolerar emoções negativas vai aumentar.
05 -
ENCURTANDO A CURTIÇÃO
Prive-se
dos prazeres imediatos: banho demorado, barra de chocolate, sessão de TV... As
pessoas mais felizes têm metas longas e definidas
Até
a pessoa mais esforçada concorda que uma vida cheia de objetividade e sem
prazeres é muito chata. Pessoas felizes sabem se permitir certas indulgências
momentâneas que são gratificantes — tomar um banho longo, faltar na ginástica
no sábado para assistir a uma partida de futebol na TV... Se você se concentra
principalmente em atividades que te dão prazer instantâneo, você pode estar
perdendo os benefícios de ter uma meta definida. Objetivos nos levam a correr
riscos e fazer mudanças — mesmo face à privação e ao sacrifício da felicidade a
curto prazo.
Ao tentar descobrir como as pessoas equilibram prazer e objetivo, Michael Steger e seus colegas da Colorado State mostraram que o ato de tentar compreender nosso mundo é o que geralmente nos desvia de nossa felicidade. Afinal, esta é uma missão carregada de tensão, incerteza, complexidade, momentos de intriga e agitação, e conflitos entre o desejo de se sentir bem e a vontade de progredir em direção ao que mais valorizamos. Ainda assim, no geral, as pessoas mais felizes tendem a sacrificar mais os prazeres a curto prazo quando existe uma boa oportunidade de progredir em direção ao que elas desejam ser na vida.
Uma pesquisa realizada pelo neurocientista Richard Davidson, da Universidade de Wisconsin, revelou que progredir em direção à realização de nossos objetivos nos faz sentirmos mais envolvidos e nos ajuda a tolerar sentimentos negativos que podem surgir neste percurso.
Ninguém diz que ter um objetivo na vida é fácil ou que seja uma tarefa simples, mas pensar nas atividades gratificantes e significativas que você fez na semana passada, no que você é bom e nas experiências das quais você não abre mão pode ajudar. Observe também as situações em que suas respostas refletem aquilo que você acha que devia dizer em vez daquilo em que realmente acredita. Por exemplo, ser pai não significa que o tempo que você passa com seus filhos é a parte mais energizante e significativa da sua vida — e é importante aceitar isso. As pessoas mais felizes conseguem combinar aquilo que mais gostam com uma vida de objetivos e satisfação.
Ao tentar descobrir como as pessoas equilibram prazer e objetivo, Michael Steger e seus colegas da Colorado State mostraram que o ato de tentar compreender nosso mundo é o que geralmente nos desvia de nossa felicidade. Afinal, esta é uma missão carregada de tensão, incerteza, complexidade, momentos de intriga e agitação, e conflitos entre o desejo de se sentir bem e a vontade de progredir em direção ao que mais valorizamos. Ainda assim, no geral, as pessoas mais felizes tendem a sacrificar mais os prazeres a curto prazo quando existe uma boa oportunidade de progredir em direção ao que elas desejam ser na vida.
Uma pesquisa realizada pelo neurocientista Richard Davidson, da Universidade de Wisconsin, revelou que progredir em direção à realização de nossos objetivos nos faz sentirmos mais envolvidos e nos ajuda a tolerar sentimentos negativos que podem surgir neste percurso.
Ninguém diz que ter um objetivo na vida é fácil ou que seja uma tarefa simples, mas pensar nas atividades gratificantes e significativas que você fez na semana passada, no que você é bom e nas experiências das quais você não abre mão pode ajudar. Observe também as situações em que suas respostas refletem aquilo que você acha que devia dizer em vez daquilo em que realmente acredita. Por exemplo, ser pai não significa que o tempo que você passa com seus filhos é a parte mais energizante e significativa da sua vida — e é importante aceitar isso. As pessoas mais felizes conseguem combinar aquilo que mais gostam com uma vida de objetivos e satisfação.
A
FELICIDADE EM NÚMEROS
•
0,98m é a distância de casa, em metros, em que os tweets das pessoas começam a
expressar menos felicidade (aproximadamente a distância de casa para o trabalho
para quem mora relativamente perto).
• 40% de nossa capacidade de ser feliz está ligada ao poder de mudança, de acordo com a pesquisadora da Universidade da Califórnia, Riverside, Sonja Lyubomirsky.
• 85 é o número de residentes em cada 100 que dizem ter sentimentos positivos no Panamá e no Paraguai, países mais positivos no mundo.
• 20%. Para 1/5 da população dos Estados Unidos a sensação de felicidade não é afetada pelas flutuações de igualdade de renda do país graças à sua condição financeira.
• 40% de nossa capacidade de ser feliz está ligada ao poder de mudança, de acordo com a pesquisadora da Universidade da Califórnia, Riverside, Sonja Lyubomirsky.
• 85 é o número de residentes em cada 100 que dizem ter sentimentos positivos no Panamá e no Paraguai, países mais positivos no mundo.
• 20%. Para 1/5 da população dos Estados Unidos a sensação de felicidade não é afetada pelas flutuações de igualdade de renda do país graças à sua condição financeira.
Como a Internet altera o cérebro humano
por
Redação Galileu
Com
uma ajudinha da web, não precisamos mais nos lembrar de compromissos, de endereços,
de aniversários ou de nomes. Agora, estamos acostumados a lembrar onde
encontramos informações, em vez de gravar a informação em si.
Cada
vez mais pesquisas são capazes de mostrar os números por trás desse fenômeno.
Os psicólogos do site Forensic Psychology fizeram um apanhado desses dados e
apontam que, coletivamente, passamos 35 bilhões de horas na internet por mês, e
que 61% dos internautas admitem estar viciados na web.
Consumimos
o triplo de informação do que há 50 anos. E, como se isso já não fosse
suficiente para mexer com o seu cérebro, não fazemos as coisas com calma: tudo
acontece ao mesmo tempo. No trabalho, mudamos de janelas pelo menos a cada dois
minutos, alternando entre emails, redes sociais, documentos, notícias.
O
internauta padrão passa cerca de 8 horas por mês no Facebook. No fim do ano, é
como se você passasse 4 dias vidrado na rede, sem parar, fuçando a vida de uma
média de 245 amigos (isso que só conhecemos pessoalmente 73% e só convivemos de
verdade com 4% deles).
O
que esse fenômeno causa?
Com
tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, nossa capacidade de resolver problemas
e nossa criatividade diminuem – afinal, não somos capazes de nos concentrar. E,
então, surge o Google e outras ferramentas de pesquisa para substituir nossa
reflexão. Não sabe como montar um currículo? Pergunte ao Google. Seu computador
está dando erro? O Google ensina a resolver. Não sabe o que dar de presente
para sua mãe? Não tem problema, o Google tem a sugestão perfeita.
Coletivamente,
fazemos 3 bilhões de perguntas como essas para o Google diariamente. Com isso,
os especialistas consideram que o mecanismo está substituindo nossa memória. Na
era pré-internet, ao precisarmos buscar informações, tínhamos todo um trabalho
de pesquisa – conversávamos com mais gente, líamos livros, jornais e revistas.
Com todo esse esforço, nosso cérebro lembrava dos resultados claramente depois
que conseguíamos a resposta.
Agora,
com a pesquisa automática (que até preenche o campo de pesquisa
automaticamente, sem que você precise digitar as palavras até o fim), o cérebro
ficou mais folgado. É fácil conseguir a informação, então, por que lembrar
dela?
Pelo
menos estamos felizes com isso, certo? Errado. Usuários da internet têm mais do
que o dobro de chances de serem pessoas deprimidas e 20% a menos matéria branca
(uma “geleia” que transmite sinais nervosos pelo nosso cérebro). Isso altera
nossa sensibilidade a emoções, nossa memória e nossa oratória.
Fonte: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI301880-17770,00-SAIBA+COMO+A+INTERNET+ESTA+ALTERANDO+SEU+CEREBRO.html (Shutterstock, Via Mashable)
A violência é uma doença contagiosa
por
Gary Slutkin
Ao
longo da história, nós humanos demoramos muito para entender as epidemias. Não
porque não investíamos ou não nos preocupávamos. O problema é que fazíamos o
diagnóstico errado. O mesmo acontece hoje com a violência. Se não conseguimos
entender suas motivações, não entenderemos suas causas.
Depois de uma década combatendo epidemias na África, percebi que os mapas de densidade populacional que ajudam a explicar a disseminação delas no continente eram muito parecidos com os mapas que mediam casos violentos em Nova York e Detroit. Notei então que a violência é uma doença contagiosa assim como a malária, a cólera e a tuberculose.
Ela se espalha por meio de brigas de rua, estupros, assassinatos e suicídios. Um tipo de violência provoca outro. É como um ciclo. Se quisermos revertê-lo, temos de atacar o germe antes que se espalhe e se torne uma infecção — e contamine outras pessoas.
Em 2000, demos início a um projeto-piloto de contenção da violência em Chicago, no distrito de West Garfield, na época um dos mais violentos dos Estados Unidos. Contratamos interruptores de violência para atuar igual a agentes de saúde diante de casos iniciais de gripe aviária. Eles faziam visitas diárias a líderes de gangues e grupos violentos, além de seus amigos e familiares, e davam conselhos úteis como orientações para empregos.
Em um ano, West Garfield viu o número anual de tiroteios cair 67%. Com a expansão da iniciativa para toda a Chicago, o número de assassinatos caiu de 628, em 2000, para 435 em 2010. O sucesso levou nosso programa a ser expandido para outras 15 cidades americanas e outros sete países, incluindo o Iraque.
Depois de uma década combatendo epidemias na África, percebi que os mapas de densidade populacional que ajudam a explicar a disseminação delas no continente eram muito parecidos com os mapas que mediam casos violentos em Nova York e Detroit. Notei então que a violência é uma doença contagiosa assim como a malária, a cólera e a tuberculose.
Ela se espalha por meio de brigas de rua, estupros, assassinatos e suicídios. Um tipo de violência provoca outro. É como um ciclo. Se quisermos revertê-lo, temos de atacar o germe antes que se espalhe e se torne uma infecção — e contamine outras pessoas.
Em 2000, demos início a um projeto-piloto de contenção da violência em Chicago, no distrito de West Garfield, na época um dos mais violentos dos Estados Unidos. Contratamos interruptores de violência para atuar igual a agentes de saúde diante de casos iniciais de gripe aviária. Eles faziam visitas diárias a líderes de gangues e grupos violentos, além de seus amigos e familiares, e davam conselhos úteis como orientações para empregos.
Em um ano, West Garfield viu o número anual de tiroteios cair 67%. Com a expansão da iniciativa para toda a Chicago, o número de assassinatos caiu de 628, em 2000, para 435 em 2010. O sucesso levou nosso programa a ser expandido para outras 15 cidades americanas e outros sete países, incluindo o Iraque.
COM
UMA SOCIEDADE MOBILIZADA E FORMADORES DE OPINIÃO BEM PREPARADOS, PODEMOS CURAR
A VIOLÊNCIA
Há
algumas semanas, fomos procurados por representantes das prefeituras de Recife
e São Paulo, interessados em colocar em prática nosso programa. Nas comunidades
violentas do Brasil, os moradores moram muito próximos uns dos outros, o que
ajuda a disseminar a criminalidade, mas também facilita a propagação de medidas
pacificadoras.
Com uma sociedade mobilizada e formadores de opinião bem preparados, podemos curar a violência. Assim, com estratégias pautadas em métodos científicos, quem sabe possamos ser vistos como a geração que encontrou a solução para um problema crônico. Do mesmo modo que os médicos do século 19 fizeram com a cólera ao descobrir que a doença não era produto de sujeira e imoralidade, e sim da atuação de um simples bacilo.
Com uma sociedade mobilizada e formadores de opinião bem preparados, podemos curar a violência. Assim, com estratégias pautadas em métodos científicos, quem sabe possamos ser vistos como a geração que encontrou a solução para um problema crônico. Do mesmo modo que os médicos do século 19 fizeram com a cólera ao descobrir que a doença não era produto de sujeira e imoralidade, e sim da atuação de um simples bacilo.
GARY
SLUTKIN é um epidemiologista americano. Professor da Universidade de
Illinois, nos EUA, fundou a associação Cure Violence, de Chicago.
Assinar:
Postagens (Atom)